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O senador Vanderlan Cardoso ignorou o trabalho realizado pelo Ministério da Saúde, que tem concentrado a aquisição e distribuição aos Estados
Vanderlan sai em defesa de Bolsonaro, ataca Mandetta e confronta Caiado
14/04/2020, às 08:59 · Por Eduardo Horácio
Com críticas ao ministro da Saúde Henrique Mandetta, o senador por Goiás Vanderlan Cardoso (PSD) decidiu fazer coro ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e defender a flexibilização ao isolamento social. O método de combate a evolução da pandemia de coronavírus é defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e seguido à risca pelos países mais atingidos pela doença.
“Em sua entrevista ao Fantástico, o ministro Henrique Mandetta mostra que se apegou demais ao cargo e aos holofotes. Não apresentou nenhuma novidade para uma solução que preserve vidas e também empregos, grande preocupação do momento com a Covid-19”, atacou Vanderlan em postagem em sua conta no Twitter.
O senador Vanderlan Cardoso ignorou o trabalho realizado pelo Ministério da Saúde, que tem concentrado a aquisição e distribuição aos Estados de equipamentos de EPIs e respiradores e a validação de novos leitos de UTI, além da construção de hospitais de campanha como o que o presidente Bolsonaro visitou na véspera em Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal.
Além disso, Vanderlan fez uma afirmação no mínimo curiosa ao cobrar de Mandetta uma solução para a crise econômica que vem na esteira da proliferação do novo coronavírus. O senador goiano sabe que os mecanismos para minimizar os prejuízos à Economia cabem ao ministério comandado por Paulo Guedes e não tem relação direta com a pasta da Saúde.
E, sobretudo, empresário que é, Vanderlan tem compreensão que compete a decisões do presidente da República iniciativas que ajudem empresas (até as grandes, como a do senador) e trabalhadores a atravessarem à crise atual. Para isso, Bolsonaro decretou, com validação do Congresso, estado de emergência que desobriga o seu governo a cumprir as metas fiscais.
“O cargo do ministro Mandetta é um cargo de confiança do presidente Jair Bolsonaro. Já que ele não concorda com o presidente, deveria pedir para sair. É uma questão de respeito e hierarquia. Está ficando ridículo para o ministro”, cobrou Vanderlan em outra postagem.
Ao sugerir a demissão do ministro da Saúde, Vanderlan posiciona-se ao lado do presidente da República na questão que divide os bastidores do Poder em Brasília. De um lado a ciência, a OMS, as recomendações do Ministério e a ampla adesão de prefeitos e governadores. De outro, Bolsonaro, seus filhos, alguns auxiliares próximos e, por último, Vanderlan. Aliás, o senador posiciona-se ao lado também de outros empresários.
Relação com Caiado
Ao alfinetar Henrique Mandetta, Vanderlan também volta a confrontar o governador Ronaldo Caiado (DEM), a quem faz oposição, mas havia dado trégua durante a pandemia. Mandetta, aliás, estava no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, quando concedeu a entrevista ao Fantástico, no domingo de Páscoa, 12. Goiás é até aqui o Estado onde ao distanciamento social teve a maior adesão.
Na manhã de segunda-feira, 13, Vanderlan voltou à rede social para defender seu posicionamento de flexibilização das atividades comerciais e industriais impostas pelo decreto de Caiado. O governo estuda flexibilizar algumas atividades à partir do dia 19, apesar de Goiás ainda não ter atingido o pico da pandemia.
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