Daniel segue crente no fetiche de 1998 e pode enterrar MDB de Goiás

Jovem com menos de 40 anos, deputado federal, arrojado, com um discurso de renovação. Foi assim que Marconi Perillo (PSDB) foi eleito governador em 1998. Foi acreditando nesse mote, com as mesmas características, que Daniel Viela (MDB) se candidatou a governador em 2018 imaginando que repetiria, a seu favor, o fenômeno de 1998. Quem conversava com Daniel via nele até um certo fetiche por 1998, tamanha a certeza dele de que seria um novo Marconi. Daniel, no entanto, não desistiu do fetiche, e alimenta a esperança de ser candidato a governador novamente em 2022. 

A história, no entanto, não é linear dessa forma. O eleitor de 2018 é bem diferente do de 1998 e, como se viu, preferiu apostar num candidato experimento, de quase 70 anos (Ronaldo Caiado, do DEM) a jogar as fichas em um jovem. Da mesma forma, preferiu um estilo "arame farpado" como Caiado do que um candidato "arame liso" como Daniel. Em 2022, Daniel trabalha com a hipótese de se aliar a Vanderlan Cardoso (PSB) e até ao PSDB de Marconi Perillo para ser governador.

Internamente, no entanto, Daniel talvez não perceba que está sozinho. Tem contra si a rejeição que pegou do governo Michel Temer (ao qual se atrelou no mandato de deputado federal) e a oposição do único senador do MDB de Goiás, Luiz Carlos do Carmo. Além disso, Daniel não conseguiu eleger nenhum deputado federal e ainda expulsou, de forma seletiva e duvidosa, figuras queridas e históricas do MDB. Ou seja, Daniel de novo vai dobrar a aposta numa fórmula que não deu certo. A questão é saber se o MDB ainda vai ser relevante em 2022 em Goiás. Em alguns Estados do Brasil, o MDB se apequenou até virar nanico, por posturas erradas da direção. Para a sorte de Daniel, o que até agora impede isso é o tamanho e a força de Iris Rezende (MDB), mas pode ser que até Iris se canse de Daniel.

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