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Eleger o funcionalismo público como inimigo só atrapalha o governo de Caiado
Cedo ou tarde, Caiado aceitará a única saída para salvar o Estado
20/03/2019, às 00:00 · Por Eduardo Horácio
Quem conversa com gestores experientes ou mesmo estuda
exemplos de outros Estados já sabe há tempos que a única saída para a crise
financeira das contas de Goiás é uma só: aumentar as receitas. Foi assim, por
exemplo, que Alcides Rodrigues (na época, PP) acabou com o rombo deixado por
Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende superou o déficit deixado por Paulo
Garcia (PT). Basta pegar os números, ano a ano, e comparar.
Esperar por ajuda federal, seja qual for o inquilino do
Palácio do Planalto, é um bônus. Em
geral a União não gosta de ajudar os Estados porque cria uma bola de neve sem
fim. É até provável que este bônus venha agora com Bolsonaro no governo federal,
mas ainda assim seria mais prudente o Estado tentar resolver seus problemas por
conta própria. Alcides Rodrigues (PRP), por exemplo, não contou com este bônus,
diferentemente de Marconi Perillo (PSDB) que, em seu terceiro mandato de
governador (2011-2014) teve mais de R$ 10 bilhões de dinheiro federal investido
em Goiás (quando a presidente era Dilma Rousseff) ou de Maguito Vilela (MDB), que teve
a dívida de Goiás renegociada a um preço alto (exigido pelo governo federal): a
privatização da usina de Cachoeira Dourada.
Pra citar apenas uma categoria, os funcionários do Fisco do
Estado possuem planos detalhados de como aumentar a receita rapidamente, sem
aumentar a carga tributária, e diminuir os incentivos fiscais, gerando rapidamente
um reequilíbrio das contas públicas. Eleger o funcionalismo público como
inimigo, como alguns auxiliares de Ronaldo Caiado (DEM) incentivam o governador
a fazer, até mesmo com propostas de redução salarial, só serve para criar mais
atrito entre Caiado e o funcionalismo, sem que uma solução de fato apareça. Até
porque, até agora, Caiado passou uma mensagem dupla para os goianos: fala em
reduzir salários de funcionários, mas só toma medidas para aumentar a folha e
cortar receitas. Para citar apenas duas delas: a extinção da terceira classe na
polícia e o desligamento dos radares móveis das rodovias.
Cedo ou tarde, Caiado acabará aceitando que a saída mais
rápida para salvar as contas do Estado será aumentar a receita. Muitos torcem,
para o bem do Estado, que seja logo.
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