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Foi esse perfil que o goianiense elegeu para governar Goiânia, longe de radicalismos e com diálogo constante com o que parece diferente
Análise: Morte de Maguito representa uma perda imensurável
13/01/2021, às 14:00 · Por Eduardo Horacio
A morte de Maguito Vilela (MDB) representa uma perda
impossível de medir para a política goiana e nacional. Ainda mais em pleno
2021, em que a política mais do que nunca precisa de conciliadores para tentar
apaziguar um incêndio de polarizações sem fim em torno dos mais variáveis
assuntos. Maguito sempre fez política buscando os pontos de intersecção, nunca
deixando de dialogar com quem pensava diferente dele e especialmente de quem
fazia oposição aos seus mandatos – seja de governador ou de prefeito. Dialogava
bastante, sem ser volúvel. Ouvia e acatava ideias de seu interlocutor,
mostrando que não era intransigente.
Foi com essa habilidade conciliadora que chegou a
vice-governador em 1991 e a governador em 1995. Na eleição para governador de
1994 venceu porque era visto pelo eleitor como conciliador e humilde –
diferentemente, na época, dos adversários Lúcia Vânia e Ronaldo Caiado. Não há
gestos ou palavras de arrogância em sua trajetória política. Não guardava
mágoas e sabia da dívida social que o poder tinha para com os mais pobres – não
à toa, foi o primeiro governador do Brasil a adotar políticas sociais de forma massiva (e não apenas residual), como a
distribuição de cestas básicas e a política do pão e do leite. Políticas
sociais que até hoje são repetidas e aprimoradas por outros governadores e pelo
governo federal.
Em Aparecida de Goiânia, deu outro rumo à cidade. Antes
cheia de gestores que olhavam mais interesses próprios do que públicos, Maguito
transformou Aparecida em um dos locais mais pujantes do Brasil, com empresas
nascendo aos borbotões em todos os cantos e o crescimento chegando para pobres
e ricos. Maguito também foi o pioneiro na busca incessante de verbas federais.
Foi a cidade com mais de 200 mil habitantes que mais teve investimentos da União
de 2009 a 2016, sobretudo de governos do PT, com quem aprendeu a dialogar em
1995, quando Darci Accorsi (PT) era prefeito da capital e Maguito era governador.
Fica a esperança de que, agora prefeito, Rogério Cruz, siga
essas lições para administrar Goiânia pelos próximos quatro anos. Foi esse
perfil que o goianiense elegeu para governar Goiânia, longe de radicalismos e
com diálogo constante com o que parece diferente. Que os políticos goianos e
brasileiros também tentem fugir da polarização oca, vazia, feita apenas para
buscar holofotes e likes nas redes sociais. Ou a política segue o caminho
trilhado por Maguito ou daqui a pouco não haverá mais caminho nenhum.
Maguito Vilela Rogério Cruz Covid-19