Após censura de reportagem, Kajuru defende retorno da "CPI da Lava Toga"

O senador Jorge Kajuru (PSB) defendeu a retomada de ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Alexandre de Moraes determinar a retirada do ar de matéria com denúncias contra o presidente da corte, Dias Toffoli, publicadas no site da revista Crusoé e O Antagonista, na segunda-feira (15).  A medida, considerada censura, reforçou para parlamentares, como Kajuru, a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure ilegalidades nos atos dos ministros.

Com isso, a denominada CPI da Lava Toga - numa referência à Operação Lava Jato que desde 2014 balançou os alicerces da política nacional, pode ganhar novo fôlego. Líder do PSB no Senado Federal, Kajuru conclamou os colegas a "se rebelar" contra a decisão de Moraes. "Será que este Congresso Nacional não vai ser solidário ao jornal digital O Antagonista, à revista Crusoé, à imprensa? Vai permitir que isso aconteça e ninguém aqui vai se rebelar? Ninguém aqui vai se solidarizar pelo menos? Porque amanhã poderá ser um de nós", argumentou. 

O texto "O amigo do amigo de meu pai", assinado pelos repórteres  Rodrigo Rangel e Mateus Coutinho, revelou documento da Operação Lava Jato no qual o empreiteiro Marcelo Odebrecht diz ser de Dias Toffoli o apelido que dá nome à reportagem. Ele seria chamado assim pelos executivos da empreiteira, em conversas privadas, quando era advogado-geral da União.

Kajuru é um dos mais contumazes entusiastas de investigações contra o STF. Em entrevistas recentes, ele acusou o ministro Gilmar Mendes de vender sentenças. Seu pedido de criação da CPI, porém, foi rejeitado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AM) e arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “São 8 anos de mandato, só se me matarem, só se eu morrer, para eu desistir dessa CPI", afirmou o representante de Goiás na Casa, ao podcast "Ilha de Vera Cruz", da Agência do Rádio Brasileiro.

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