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Segundo o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, apesar da expansão da rede hospitalar, o nível de gravidade da doença tem aumentado muito mais rápido e os pacientes estão demorando mais para ter alta
Em Goiás, pacientes com Covid-19 já esperam mais de 24 horas por vaga em UTIs
01/03/2021, às 23:30 · Por Izabella Vilella
A taxa de ocupação
de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para casos de Covid-19 alcançou
97% nesta segunda-feira, 1ª, deixando ainda mais temorosos os cidadãos goianos
de norte a sul do estado. Olhando sobre a perspectiva do número de vagas gerais
de UTIs disponíveis em Goiás (819), e considerando a quantidade de pacientes
internados (960), o índice de ocupação salta para 117,22%, ou seja: no momento,
seriam necessários 17% de leitos a mais do que estão sendo ofertados.
E
não são só os números que preocupam: há filas de pedidos de vagas em UTIs para
pacientes acometidos de Covid-19 e a espera pelo leito está ultrapassando 24
horas. De acordo com o secretário de Saúde de Goiás, Ismael
Alexandrino, apesar da expansão da rede hospitalar, o nível de gravidade da
doença tem aumentado muito mais rápido e os pacientes estão demorando mais para
ter alta.
Soma-se,
ainda, a esses fatores, a idade desses pacientes. “Não são só idosos. Pessoas jovens na
casa dos 40 anos estão se agravando e quando chegam a ter sintomas, o pulmão já
está 50% comprometido. Então, ele evolui para nível grave de forma rápida
e tem ficado mais tempo intubado”, explicou.
O secretário também destacou a
violência de contaminação das novas cepas do vírus, o que tem culminado,
segundo ele, “em uma segunda onda mais agressiva”. “Quando se faz a contagem de
uma carga viral em um paciente com a nova cepa, a gente percebe um nível muito
mais alto”, disse.
De acordo com estudo coordenado pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma pessoa infectada com uma dessas novas
variantes pode ter até dez vezes mais vírus em seu organismo do que as
contaminadas por outras variantes. Em Goiás, três cepas já foram identificadas.
Neste momento, há 407 leitos
de UTI destinados a pacientes com a Covid-19 no estado. Na área de enfermaria
são 453. “Hoje temos UTIs em 20 municípios de Goiás. Só para se ter uma ideia,
tínhamos 259 UTIs (gerais) no início da gestão e estamos, hoje, na casa de 670
leitos. E isso vai aumentar”, citou Ismael.
No último domingo, 28, o
governador Ronaldo Caiado (DEM) visitou o Hospital de enfrentamento à Covid-19
do Centro-Norte Goiano (HCN), no município de Uruaçu. A unidade de saúde,
que deve fornecer 68 novos leitos de UTI para pacientes com coronavírus,
começará a atender ainda em março.
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