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Foto: Jackson Rodrigues
A decisão de Romário Policarpo e seu grupo também passa por garantir ou não mais espaços na gestão municipal
Antecipação de eleição da Mesa Diretora evidencia que Romário é aliado desconfiado do Paço
21/04/2021, às 14:00 · Por Eduardo Horacio
A antecipação de eleição da Mesa Diretora da Câmara de
Vereadores tem como pano de fundo o receio do atual grupo que comanda a Casa de
ser atropelado por uma articulação liderada pelo Paço Municipal no futuro.
Eleito em 1º de janeiro, o presidente Romário Policarpo (Patriota) tem mandato
até o final do próximo ano e a eleição extemporânea favorece sua reeleição.
Atualmente, os poderes Legislativo e Executivo estão
em completa sintonia. Na última visita à Casa para prestação de contas da
gestão, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) foi elogiado pela quase
totalidade dos vereadores presentes. Por outro lado, o prefeito abriu generosos
espaços no primeiro escalão do Paço para indicações dos parlamentares após
iniciar uma ampla reforma de seu secretariado.
O receio do presidente Romário Policarpo e seus aliados mais
próximos é que no futuro o Paço tenha pretensão de escolher um sucessor mais
alinhado ao Executivo. O sinal de alerta foi ligado quando Rogério Cruz atendeu
um grupo de vereadores, derrotado na eleição da Mesa, e entregou o comando da
Secretaria de Educação.
De lá para cá, o prefeito seguiu atendendo grupos ou vereadores de forma isolada, como o vice-presidente Clécio Alves (MDB), que emplacou o filho Luan Alves para o comando da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma). O emedebista, não por acaso, é um dos vereadores que destoa da iniciativa de antecipar a eleição da Mesa Diretora.
Apoio
Se de fato levar adiante a vontade de antecipar a eleição, Romário Policarpo
tem amplas possibilidades de conseguir a reeleição e permanecer no cargo até o
final de seu mandato de vereador, em 2024. Entre os parlamentares que apoiam
publicamente a iniciativa estão Mauro Rubem (PT), Aava Santiago (PSDB) e
Santana Gomes (PRTB).
A decisão de Romário Policarpo e seu grupo também passa por
garantir ou não mais espaços na gestão municipal. O presidente trabalha para
emplacar um aliado no comando da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação,
uma das mais importantes do município. Até aqui, Rogério Cruz reluta em atender.
O humor do presidente e de seu grupo pode mudar de acordo com a decisão do
prefeito.
Vale ressaltar que o presidente da Câmara Municipal, na
prática, é também o vice-prefeito de Goiânia – a cidade não tem vice-prefeito
desde a morte do prefeito Maguito Vilela (MDB) e a ascensão de Rogério Cruz, em
janeiro. Em caso de impedimento de Cruz, Romário assumiria o comando da
Prefeitura com a missão de convocar nova eleição. Ter a fidelidade do comando
da Câmara é sempre tema principal no 5º andar do Paço.
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