‘Fiz técnica de pesquisa documental, não achismo’, diz advogado atacado em redes sociais por dissertação de mestrado

O advogado criminalista e professor Alan Kardec Cabral Júnior divulgou nota de agradecimento ao apoio recebido de diversas entidades e de profissionais de Goiás e de várias partes do País após ter recebido ataques pessoais em redes sociais. A tentativa de intimidação ocorreu em virtude de pesquisa feita por ele sobre as mortes decorrentes de intervenção policial no Estado de Goiás, mostrando os inquéritos arquivados entre 2017 e 2019.

Seu levantamento (“Autos de resistência: as mortes decorrentes de intervenção policial no estado de Goiás – uma análise dos inquéritos arquivados entre 2017 e 2019”), fruto de sua dissertação de mestrado na Universidade Federal de Goiás, foi apresentado, no dia 15 de maio pelo jornal O Popular e logo depois vieram várias notas de repúdio contra o criminalista, que consideraram o levantamento como ofensivos à classe.

Na nota de agradecimento, Alan Kardec, que é sócio do escritório Rogério Leal Advogados Associados, fez questão de frisar que fez ciência. “Reforço, por necessário: a pesquisa foi realizada em inquéritos policiais arquivados, isto é, foi realizada técnica de pesquisa documental, não em achismos. Certo, porém, que toda pesquisa pode conter falhas – como as diversas apontadas pela banca no momento da defesa –; somos humanos, limitados. No entanto, pautei-me na boa-fé, em evidências científicas e, por evidente, vou submetê-la ao público. Isso é ciência. Dei minha contribuição para, se qualquer pesquisador quiser, revisar, contraditar e aprimorar a pesquisa”, escreveu.

Ele também deixa claro que sua intenção nunca foi ofender a Polícia Militar de Goiás, pedir sua extinção ou apontar alguma ação ilegal de policial A ou B. “É uma instituição, por certo, essencial à República, e não há um só país que dela não dependa. Isso, porém, não a isenta de críticas”, diz.

Alan Kardec fez questão de mencionar o apoio recebido da OAB/GO, IBCCRIM, IBCCRIM/GO, ANACRIM/GO, Sindicato dos Jornalistas, Fenaj, Caja e Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno. “Os meus colegas do escritório Rogério Leal Advogados Associados e aos meus colegas do mestrado não imaginam a força que me deram em cada manifestação de apoio”, concluiu. 

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