Vereadores de Goiânia atacam LGBTs após propaganda anti-homofobia do Burger King

Alguns vereadores de Goiânia ficaram ofendidos e atacaram a campanha LGBTQIA+ lançada pelo restaurante de fast food Burger King na quarta-feira, 23. A peça foi em virtude do Dia Internacional do Orglho Gay, comemorado todo dia 28 de junho, o restaurante reproduziu e publicou um vídeo onde crianças e pré-adolescentes falam sobre homossexualidade.

As declarações, recheadas de preconceito e informações falsas de vereadores levou a uma reação de representantes do movimento LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros, queers, intersexuais, assexuais e pansexuais) na capital. Na última quinta-feira, 8 houve audiência pública no Legislativo goianiense sobre o tema, quando integrantes da comunidade LGBTQIA+ protestaram.

No último dia 29, o vereador Thialu Guiotti (Avante) levou o assunto à tribuna. “Não venham querer usar as crianças do nosso País, induzindo ao homossexualismo (sic) como se isso fosse normal. Não é normal. Normal é mulher com homem, homem com mulher”, disse, completando que crianças são “influenciadas por essa ideologia canalha” e lendo trechos da Bíblia.

Thialu também usou informação falsa para defender seu posicionamento. Disse que é estudante de Psicologia e que há estudo indicando que “mais de 70% dos homossexuais desenvolveu (sic) a homossexualidade através de um gatilho, de um estupro, de uma violência, cometida na sua infância”. O Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP/GO) contestou o vereador, afirmando não haver qualquer estudo neste sentido e que a orientação sexual nada tem a ver com agressões. O vereador disse ainda que, “se for considerar tudo normal, então libera a cocaína, libera as drogas, porque tem muita gente que usa.”

Durante a sessão, outros quatro vereadores se manifestaram concordando com Thialu Guiotti e acrescentando outras declarações de preconceito. “Quero pedir que quando forem chamar o senhor (Thialu) de homofóbico, coloquem o meu nome junto. Eu penso da mesma forma. Respeito LGBT, mas não respeito incentivar as nossas crianças a irem para este caminho”, afirmou o vereador Sargento Novandir (Republicanos).

A vereadora Gabriela Rodart (DC) disse que “a militância LGBT é maliciosa em sua essência”. “Não podemos ser pautados aqui por uma agenda deplorável que vai contra a natureza humana. A militância LGBT não luta pela dignidade da pessoa humana, quem faz isso é a doutrina social da santa igreja católica”, afirmou.

O vereador Cabo Senna (Patriota) seguiu a mesma linha: “Deus criou o homem e a mulher. Deus não criou o homem, a mulher e um triângulo, não. Não misturem as coisas. Criança é criança, não pode ser influenciada. Colocaram as nossas crianças no ridículo para dizer que é tudo normal. Não é normal”.

“Não podemos violar o direito da criança e do adolescente. Não podemos rasgar a nossa Constituição. Eu repudio essa propaganda porque não podemos colocar as nossas crianças em propaganda como essa”, afirmou o vereador pastor Isaias Ribeiro (Republicanos), sem explicar qual o artigo do ECA ou da Constituição foi desrespeitado.

---

UFG Combustíveis