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Wesley Costa O Popular

Há cerca de dez dias, o grito de socorro de uma mulher deixou Cacau Mila assustada quando estava em casa

Mulheres lutam para tornar cartaz contra a violência obrigatório em Goiás

20/07/2021, às 10:48 · Por Redação

Depois de tentar encontrar uma vítima de violência doméstica no condomínio onde mora, em Goiânia, a comunicadora Cacau Mila tem buscado ajuda para tornar obrigatória a disposição de cartazes que ofereçam informações sobre o Disque Denúncia e outros recursos. Já existe uma lei federal e outra estadual que estão sendo discutidas para tratar o tema. Delegada regional em Aparecida, com experiência no atendimento à mulher, Cybelle Tristão acredita que leis como essas fortalecem a rede de apoio. A informação é do jornal O Popular 

Há cerca de dez dias, o grito de socorro de uma mulher deixou Cacau Mila assustada quando estava em casa. Ela mora em um apartamento no Setor Bela Vista e se lembra de ouvir tapas intercalados com silêncio, depois vieram pedidos de socorro e gritos abafados, como se alguém estivesse cobrindo a boca da vítima. Ela conta que foi até a janela e gritou que chamaria a polícia e os barulhos cessaram. Depois disso ela percorreu todos os andares do prédio para tentar identificar a moradia da mulher que pedia socorro, mas não conseguiu. Ela ainda diz que, de tempos em tempos, consegue ouvir as agressões.

Cacau disse que entrou em contato com o síndico e informou que faria cartazes para alertar moradores e oferecer os números para denúncias. Mas no outro dia, os cartazes já não estavam mais nos elevadores. A comunicadora questionou o gestor do prédio, que apresentou relatório com verificação de cada apartamento e afirmou que não havia casais que pudessem estar brigando no momento relatado. Além disso, o síndico informou que apenas a administração pode fixar cartazes nas áreas comuns e que não era necessária aquela divulgação e que, no caso de alguma situação de violência, ele mesmo acionaria a polícia.

Cacau então falou com uma amiga, a cantora Nila Branco, e juntas decidiram procurar a delegada e deputada estadual Adriana Accorsi (PT), que possui uma lei aprovada que obriga esta divulgação em locais públicos e privados. “Mas, infelizmente, a palavra condomínio não foi citada. Teremos reuniões com os envolvidos e vamos pesquisar com o jurídico sobre isso, se podemos incluir o condomínios e residenciais nesta lei já aprovada ou se devemos apresentar nova lei.”

A delegada ressalta que, independente da lei, os síndicos e outras pessoas que conheçam situações de violência, seja contra mulher, criança ou idoso, devem informar. A deputada ainda reforça que tornar a denúncia obrigatória é importante porque existe grande subnotificação de casos. “Precisamos estimular a denúncia para poder salvar vidas.” Além disso, a delegada ressalta que é necessário fortalecer as estruturas de atendimento, como delegacias, pessoal especializado e qualificado neste atendimento e viaturas. “Precisamos de tudo ao mesmo tempo para que a vítima se sinta segura e para que, de fato, as leis possam ser cumpridas.”


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