Campanha de Pedro Paulo não diz que Fortiori faz pesquisas para ele

A campanha do pré-candidato Pedro Paulo de Medeiros contratou e divulgou nesta quinta-feira, 16, uma pesquisa do instituto Fortiori em que o ex-conselheiro federal aparece na liderança da disputa pela OAB-GO. A campanha de Pedro Paulo, no entanto, esconde que o Fortiori é contratado de sua campanha, o que provoca o debate sobre um erro metológico do Fortiori.

Além do Serpes, que não trabalha para nenhuma das campanhas, Diagnóstico, Idep Brasil, Santa Dica, GMais Work e DSI apontam a liderança de Rafael Lara, independente de quem os contrata. A hipótese é que o Fortiori é induzido a erro, já que a advocacia jovem está sub-representada (com dimensão menor do que a real).

Hoje, os advogados com até cinco anos de inscrição representam 40% da categoria e Rafael Lara cresce exponencialmente à medida que a data de inscrição se aproxima da data atual. De 2018 para cá, ingressaram na OAB-GO no mínimo 10 mil jovens advogados, impactados pela ação da Escola Superior da Advocacia (ESA-GO). Estes, em sua maioria, não conhecem Pedro Paulo, visto que o líder da Nova Ordem submergiu depois da derrota de 2018, deu seguidas declarações de que estava fora da disputa e só se colocou efetivamente em meados de 2021. 

Um dos poucos relatórios completos disponíveis para análise do Fortiori esclarecem que a base de dados é relativa a 2018. Todos os jovens advogados dos últimos três anos estão de fora do cadastro. Esse cadastro também incorpora os inadimplentes, que não votam, e são, em outras pesquisas divulgadas, um público majoritariamente simpático a Pedro Paulo.

Em todas as demais pesquisas divulgadas, Rafael Lara se dá muito melhor entre os jovens, com destaque para as mulheres, com atuação em Goiânia. Este é o universo que mais cresceu na advocacia nos últimos anos com a explosão dos cursos de Direito. O universo pesquisado precisa considerar esta proporção.

Os prints divulgados por Pedro Paulo nas redes sociais omitem a data de realização da pesquisa, números de entrevistados e margem de erro. Nos prints, a campanha deixa escapar a suposta origem da pesquisa: um grupo de WhatsApp denominado “Coordenações Nova Ordem”.

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