Gasolina: Meirelles rebate Bolsonaro sobre ICMS e diz que Petrobras deveria reduzir o lucro

O secretário estadual da Fazenda, ex-ministro Henrique Meirelles (PSD-GO), criticou nesta quarta-feira a proposta defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de mudar a cobrança do ICMS sobre combustível, com a previsão de um valor fixo por litro e a unificação das alíquotas do imposto em todo o país.

Meirelles afirmou que a iniciativa não resolve a alta no preço dos combustíveis, com a gasolina a R$ 7. Ele garante que o problema principal é a margem de lucro da Petrobras. O ICMS tem sido apontado pelo presidente Jair Bolsonaro como responsável pela alta dos combustíveis, apesar dos reiterados reajustes de preços pela Petrobras.

“A Petrobras está com uma margem de lucro extraordinária. Para atender a uma série de interesses, de empresas, indivíduos e do governo federal, temos uma tentativa de punir os Estados”, afirmou Meirelles. “Se queremos controlar o preço da gasolina ou do óleo diesel, é muito simples. É preciso diminuir a margem de lucro da Petrobras. Já está com margem extraordinária e precisa diminuir um pouco a remuneração da Petrobras e dos acionistas. É uma tentativa de desviar o assunto”, afirmou o secretário, ao falar com a imprensa sobre a proposta defendida pelo presidente da Câmara.

Ex-ministro da Fazenda, Meirelles disse que assim como o ICMS, há também imposto federal que incide sobre os combustíveis e afirmou que não são esses impostos os responsáveis pelas constantes altas no preço dos combustíveis no país.

“Quem sobe o preço dos combustíveis ou desce é a Petrobras. Os Estados cobram percentual fixo de ICMS, que não mudou nada. O resto é desvio de assunto. Petrobras quer manter a margem de lucro. Precisamos separar a realidade do desvio de assuntos.”

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