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Foto: Sergio Dutti

Meirelles também diz que é difícil saber os motivos que levaram o ministro a querer furar o teto de gastos

Meirelles sobre gestão de Paulo Guedes: ‘Não está funcionando’

24/10/2021, às 17:00 · Por Eduardo Horacio

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (PSD-GO) falou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, neste sábado, 23, que a gestão de Paulo Guedes, à frente do Ministério da Economia, não está funcionando. Ele também pontuou que é difícil saber os motivos que levaram o ministro a querer furar o teto de gastos.

“Posso ter opiniões, palpites. O fato é que não está funcionando. O porquê, exatamente, já fica um negócio complicado [...] Ele tem, de fato, dificuldade grande de lidar com o Congresso, mas o fato é que a própria administração econômica não vai bem. Por exemplo, a declaração dele de que vão pedir ‘waiver’ do teto. ‘Waiver’ lembra dos piores tempos do Brasil. A última vez que o Brasil pediu ‘waiver’ foi do FMI. Quando o país estava quebrado. E do jeito que está, caminha para isso”, afirmou Meirelles.

Questionado se o Legislativo poderia representar uma parte do problema em relação a gestão do país, o ex-ministro afirmou que sempre será, uma vez que existe a necessidade de lidar com pessoas de diferentes regiões e, consequentemente, interesses distintos. “O Legislativo, como sempre é (um problema), em qualquer circunstância em qualquer país, um grupo grande de pessoas, cada um representando sua região, seu estado, seu setor, seus interesses, é normal isso”, explicou Meirelles.

Atualmente na Secretaria da Fazenda e Planejamento do governo de São Paulo, Meirelles diz que sua experiência no cargo federal também teve diversos momentos onde sofreu pressões e questionamentos. No entanto, ele resolveu com “conversa franca, objetiva e firmeza”.

“Quando eu apresentei a proposta de teto de gastos de 2016, não só aqui, mas também os investidores no exterior, me diziam que não ia ser aprovado nunca, que eu estava propondo que o parlamentar limitasse a própria capacidade de gastar [...] Eu fui ao Congresso, fiz reuniões com bancadas de duas horas de duração. E funcionou. Foi aprovado. É preciso determinação, clareza e firmeza", contou o secretário.

Sobre a ideia de romper o teto de gastos estipulado, Henrique Meirelles avaliou como retrocesso. "Eu acho que, de fato, romper o teto seria um retrocesso enorme. Nós corremos o risco de voltar ao tipo de recessão que tivemos em 2015 e 2016. Tão simples quanto isso", concluiu.


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