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O prefeito Rogério Cruz se recusa a implantar o passaporte vacinal obrigatório, como ocorreu com sucesso no Rio de Janeiro e em outras capitais do Brasil
Sem passaporte vacinal obrigatório, jovens não buscam postos de vacinação em Goiânia
07/11/2021, às 11:41 · Por Redação
Jovens com idade entre 20 anos e 29 anos compõem o maior contingente de moradores de Goiânia que não tomaram uma dose sequer das vacinas contra a Covid-19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 74,1 mil pessoas nesta faixa etária não deram as caras em nenhum dos postos de saúde da capital, o que representa 37% do total de 198,7 mil moradores que não iniciaram o calendário vacinal. O absenteísmo vacinal também é grande na faixa etária que vai dos 30 aos 34 anos: 28,4 mil dos não vacinados estão neste recorte. Tudo porque o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) se recusa a implantar o passaporte vacinal obrigatório, como ocorreu no Rio de Janeiro e em outras capitais do Brasil.
Em vez disso, a SMS diz que "busca compreender este comportamento". “São pessoas que se expõem mais, vão às baladas. Os mais velhos tinham mais medo da doença, por isso, aderiram mais (à vacinação)”, diz a diretora de Vigilância Epidemiológica da SMS, Grécia Pessoni. A secretaria exemplifica com os dados dos idosos (a partir de 60 anos): de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esta população seria de 127,7 mil, mas 262,9 mil pessoas desta faixa etária foram imunizadas em Goiânia. “Muita gente veio do interior”, explica Pessoni.
Pessoni acredita,
ainda, que os mais jovens, entre 20 anos e 34 anos, estão começando no mercado
de trabalho, e que muitas empresas não incentivam a vacinação ou não liberam os
trabalhadores para se vacinarem. Ela lembra que muitas vacinas são obrigatórias
em grandes empresas, como a hepatite B, febre amarela e outras. “O Ministério
do Trabalho fiscaliza e, se os trabalhadores não estiverem vacinados, aplica
multa. Isso não ocorre com a Covid-19”, diz.
Ainda que haja uma maior oferta de Pfizer para a primeira dose, Pessoni não acredita que a aplicação da primeira dose avance muito nos grupos que não se vacinaram até agora. “Já fizemos de tudo: ampliamos os postos, retiramos o agendamento, fizemos busca ativa”, cita. Até agora, 983,4 mil pessoas receberam a primeira dose em Goiânia, o que corresponde a 84% - patamar que tem se mantido há aproximadamente um mês. Por isso, de acordo com Pessoni, não há discussão pela flexibilização do uso de máscaras na capital. “Estamos consultando especialistas, inclusive da Organização Municipal de Saúde (OMS), para definir os parâmetros”, afirma. Conforme ela, não há estudos definitivos sobre qual porcentual de cobertura tornaria segura a desobrigação de máscaras em ambientes abertos, por exemplo.
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