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Foto: Jackson Rodrigues
Questionada sobre o pouco tempo entre a aposentadoria, em dezembro de 2020, e a morte onze meses depois, Adriana revelou que pensou sobre isso
Adriana, filha de Iris: ‘Não imaginava que pudesse existir um amor tão grande assim dentro de mim’
10/11/2021, às 20:01 · Por Eduardo Horacio
Durante o funeral do ex-governador Iris Rezende, realizado
no Palácio das Esmeraldas na tarde de terça-feira, 9, Adriana Rezende, a filha
caçula de Iris, relatou em entrevista ao jornal O Popular os
últimos momentos ao lado do pai. À jornalista Fabiana Pulcineli, ela contou que
teve oportunidade de cuidar de perto e de usufruir intensamente da presença
dele ao lado da irmã Ana Paula Rezende. Adriana afirmou que conforta saber que
Iris teve uma vida maravilhosa, do jeito que sempre quis.
Questionada sobre o pouco tempo entre a aposentadoria, em
dezembro de 2020, e a morte onze meses depois, Adriana revelou que pensou sobre
isso. “Eu pensava muito nisso porque traz muito conforto pra gente. Ele foi uma
pessoa feliz. Teve muitos desafios, mas era uma pessoa realizada, que amou
muito as pessoas e as pessoas o amaram muito. E ainda teve a gente do lado, a
família junto, firme. Então não dá para dizer: ‘ah, que pena, não teve uma vida
boa’. Ele teve uma vida maravilhosa, do jeitinho que ele quis”.
“Eu não sabia, eu não imaginava que pudesse existir um amor
tão grande assim dentro de mim. A gente sabe que ama pai e mãe, mas foi um amor
que move, que arrasta, e a gente teve isso. Ficamos grudadas nele o tempo todo
e cuidando. A gente riu muito, a gente chorou muito. Tivemos momentos tensos,
difíceis, de acordar de madrugada angustiada, mas tivemos momentos muito bons”,
contou Adriana sobre a rotina ao lado do pai no Hospital Vila Nova Star, em São
Paulo.
Sobre o andamento do tratamento de Iris, Adriana, que é médica,
disse que manteve a esperança o tempo todo, mas sabia que a situação era
delicada. “Sabia que havia situações muito delicadas, em que tudo podia
acontecer, mas em todo momento tive muita esperança. Agora eu vejo que foi tudo
perfeito. Ele teve a vida que quis, com a gente ao lado, tendo o privilégio de
assistir de camarote a uma pessoa tão interessante, tão realizadora, tão
intensa, tão pura ao mesmo tempo. A gente assistiu a tudo isso”.
Sono desregulado
Adriana Rezende comentou que nos momentos em que estava melhor, Iris
chegava a ficar bravo, com vontade de voltar para a casa: ‘por que eu não posso
sair?', questionava. Ao mesmo tempo, ela relatou que ele se manteve paciente e
afetuoso, inclusive com a equipe médica que o atendia – aliás, uma das marcas
da personalidade do ex-governador.
A filha do ex-governador contou que após o AVC ele ficou com
o sono muito desregulado. Chegou a ficar 60 horas sem dormir e em outros
momentos dormia por um período longo. “E nisso de dormir demais, você perde
suas defesas. Por exemplo, a saliva escorre, você não percebe, você não tosse.
E aí começa a gotejar no pulmão. E aí vinha infecção. E assim teve uns quatro
episódios. Quando ele tava prontinho para receber alta, de repente vinha uma
febre, um calafrio, aí agravava. Então isso foi o maior problema. A cada
infecção que ele entrava, saia mais debilitado”.
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