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Foto: Jackson Rodrigues
A Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) afirmou que já determinou a suspensão do contrato e que a Procuradoria-Geral do Município está tomando as providências no âmbito jurídico
Por irregularidades, TCM suspende contratação de empresa para definição de preço de folha em Goiânia
18/11/2021, às 19:03 · Por Eduardo Horacio
O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) determinou a
suspensão imediata do contrato da Prefeitura de Goiânia com o Instituto
Brasileiro de Tecnologia, Empreendedorismo e Gestão (BR TEC), que tinha como
objeto realizar estudo e definir o valor da folha de pagamento dos servidores
municipais a ser obtido em licitação. A decisão é cautelar e fica mantida até o
julgamento do mérito.
Pelo contrato, a BR TEC receberia pelo menos R$ 8,4 milhões
com a licitação, no modelo pregão presencial, para contratação de uma
instituição bancária para gerir a folha de pagamento do município. Após
adiamento e mudanças no edital, a licitação está marcada para o próximo dia 26.
A determinação do TCM é para que sejam suspensos a execução de qualquer
pagamento do contrato em 48 horas.
A Secretaria de Licitações e Contratos do TCM apontou três
suspeitas sobre o contrato entre a Prefeitura de Goiânia e a BR TEC: suposto
direcionamento, ausência de justificativa de preços e simulação de contrato de
risco. Publicada na terça-feira, 16, a decisão aprovou por unanimidade o voto
do conselheiro-relator Sérgio Cardoso.
O relatório produzido pelo TCM aponta que Goiânia possui
normativa sobre a elaboração da pesquisa de preços e, dessa forma, falta razão
para contratação de empresa com essa finalidade. O documento afirma ainda que
não está clara a razão da escolha específica da BR TEC, com dispensa de
licitação.
O documento do TCM também ressalta que a Prefeitura de
Goiânia já havia recebido proposta de R$ 110 milhões pelo Banco do Brasil, o
que significa que parte da remuneração da BR TEC se daria em cima de proposta
já existente. Posteriormente, o Banco do Brasil elevou a oferta para R$ 120
milhões. Pelo contrato, a empresa receberá 13% do valor negociado pela folha
que ultrapassar R$ 100 milhões.
“Caso a folha seja vendida por R$ 110 milhões, se não
acudirem na licitação em andamento para a venda da folha de pagamento, a
empresa deve receber R$ 1,3 milhão, valor de ganho praticamente garantido”,
aponta o relatório do TCM. “Assim sendo, o contrato mais se assemelha a uma
espécie de ‘contrato de comissão’, do que de um contrato assinado para realizar
um estudo técnico”, completa o documento. Como a proposta do Banco do Brasil
foi atualizada, a BR TEC já teria R$ 2,6 milhões garantidos.
A Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) afirmou que já
determinou a suspensão do contrato e que a Procuradoria-Geral do Município está
tomando as providências no âmbito jurídico. A Sefin explica que a medida de
suspensão do contrato não prejudica a realização da licitação para contratação
da instituição bancária que irá administrar a folha de pagamento dos servidores
do município.
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