Vitória de Rafael Lara é expressiva e mostra feito raro de Lúcio Flávio

Em artigo publicado no Diário da Manhã (leia a íntegra aqui), o advogado Bruno Pena, muito competente na área, analisou o resultado das eleições da OAB-GO de 2021, em que Rafael Lara saiu vencedor com 39,5% dos votos. Segundo ele, o presidente Lúcio Flávio saiu derrotado; não é o que os números e os fatos mostram.

Os fatos: Lúcio foi eleito, reeleito e ainda fez o sucessor, ou seja, alcançou três vitórias consecutivas em pleitos que, cada vez mais, são bastante acirrados. Lúcio já ganhou com a máquina na mão, mas também teve vitória expressiva quando era oposição. Agora em 2021, o principal adversário de Rafael Lara foi o (nacionalmente) respeitável Pedro Paulo Medeiros e, além dele, outros dois adversários de peso eram concorrentes de Lara.

Alcançar 39,5% dos votos em um cenário tão disputado não é pouco. Uma simples somatória dos votos de oposição não parece ser bom argumento para justificar ‘resultado político’ e está distante de significar maioria de desaprovação da atual gestão. Em toda a eleição com apenas um turno, em mais de 90% das vezes o vencedor não alcança mais da metade dos votos, especialmente quando são três ou quatro os concorrentes fortes.

Igualmente ilusório é contar os votos de faltosos como se fossem votos contrários ao vencedor. Regra geral, vários estudos já mostraram que votos de ausentes se distribuem na mesma proporção dos que comparecem. É assim em eleições gerais no Brasil, onde a abstenção é sempre alta, e é assim em democracias onde o voto é facultativo.

Não faz sentido supor que 39,5% dos votos sejam “o voto da minoria”, como alguns podem querer fazer acreditar. Da mesma forma é enganoso achar que Rafael Lara não represente, de alguma forma, uma forma da OAB seguir mudando. Uma mudança sem retroagir ao passado.

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