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Helio Telho: "O presidente não é obrigado a respeitar a lista tríplice mas, como político que é, não vai simplesmente ignorá-la"
Hélio Telho no Correio: “É mentira que Sergio Moro mandava no Ministério Público”
01/07/2019, às 00:05 · Por Eduardo Horacio
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o
procurador da República em Goiás Hélio Telho diz ser “mentira” que o então
juiz Sergio Moro mandava no Ministério Público por ocasião da Operação Lava
Jato. “Veja essa desinformação de que Moro mandava nos procuradores. Isso é uma
mentira deslavada. Pinçaram um trecho de diálogos e publicaram fora de todo o
contexto, o que conduziu a uma conclusão falsa. Aliás, esse episódio está cheio
de desinformação graças ao mau vezo de se pinçar trechos e publicar frases fora
do contexto, apenas para render escândalo e com isso atrair audiência ou
atender a interesses, sem preocupação com a apuração dos fatos e a investigação
das circunstâncias”, opina Telho.
Ele também nega que as mensagens obtidas pelo site Intercept
sejam fruto de vazamento interno. “Não houve vazamento interno. Houve invasão e
furto de dados. Vazamento interno explicaria a divulgação de mensagens havidas
em grupos do Telegram. Porém, vazaram diálogos atribuídos a conversas entre
apenas duas pessoas, de modo que só uma delas é que poderia ter vazado em
prejuízo próprio. Não é verossímil”, argumenta.
Sobre a lista tríplice eleita pela classe para a
Procuradoria-geral da República, Hélio Telho diz que “O presidente não é
obrigado a respeitar a lista. Mas, como político que é, não vai simplesmente
ignorá-la”. Segundo Telho, Bolsonaro vai levar em consideração a “vontade
majoritária da classe, que, como das outras vezes, ofereceu nomes extremamente
preparados, ponderados, experientes, com amplo conhecimento sobre as carreiras
e o funcionamento do Ministério Público e sobre o seu papel constitucional”.
Ele também critica o desempenho da goiana Raquel Dodge à
frente da Procuradoria Geral da República. “Sua gestão à frente da PGR
decepcionou parte significativa da classe, que hoje não a vê mais como a
liderança de antes. E ela sabe disso, tanto que não se candidatou à lista
tríplice”, conclui.
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