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Foto: Saulo Rolim
José Nelto, do Podemos, foi o campeão em emendas: mais dinheiro que todos os deputados e senadores
Em ano eleitoral, parlamentares goianos destinam R$ 108 mi em emendas ‘sem carimbo’
20/12/2021, às 16:04 · Por Eduardo Horacio
Em análise preliminar do Orçamento Federal para 2022, 14 dos
20 deputados e senadores de Goiás no Congresso Nacional somaram o envio de R$
108 milhões em emendas especiais. A modalidade, chamada de ‘Pix Orçamentário’,
permite a transferência direta de emendas impositivas a Estados e municípios
‘sem carimbo’. As informações são do Instituto Nacional de Orçamento Público (Inop).
O volume de dinheiro a ser destinado em ano eleitoral pelos
parlamentares por esta modalidade, considerada de difícil controle e pouca
transparência, é consideravelmente maior do que o executado, até então. O valor
é 40,7% maior do que o destinado neste ano e 272,5% superior ao destinado em
2020, ano mais impactado pela pandemia da Covid-19.
Dos parlamentares goianos, oito atingiram ou se aproximaram
do teto de R$ 8,82 milhões permitidos nessa modalidade de repasse de emendas
orçamentárias. Cada deputado ou senador pode destinar R$ 17,6 milhões em
emendas impositivas individuais, sendo 50% obrigatoriamente em investimentos em
Saúde. Os recursos não podem ser usados para pagamento de folha salarial,
encargos ou dívidas.
O senador Luiz Carlos do Carmo (MDB) e os deputados federais
Magda Moffato (PL), Waldir Soares (PSL), Célio Silveira (PSDB), Alcides
Rodrigues (Patriota), Adriano Avelar (PP), José Nelto (Podemos) e Glaustin da
Fokus (PSC) enviaram mais de R$ 8 milhões na modalidade ‘sem carimbo’. Luiz do
Carmo, Magda e Waldir estão entre os parlamentares que alcançaram o teto.
Flávia Morais (PDT), José Mário Schreiner (DEM), Rubens
Otoni (PT), Alcides Ribeiro (PP), Elias Vaz (PSB) e Major Vitor Hugo (PSL)
completam a lista dos parlamentares que enviaram emendas pela modalidade, com
valores entre R$ 5 milhões e R$ 7,8 milhões.
Essa modalidade de emendas é alvo de uma série de
questionamentos por parte dos órgãos de controle e transparência por permitir
que o dinheiro seja usado para quase toda finalidade, sem controle prévio, e só
seja alvo de fiscalização após ser usado pelos Estados e municípios que os
receberam. A publicidade dos gastos também não é obrigatória.
Pix orçamentário
Nas emendas especiais, o parlamentar indica na Lei de Diretrizes
Orçamentária (LOA) o valor que será destinado ao Estado ou cada prefeitura, em
geral em fatias de acima de R$ 100 mil. Assim, a transferência é feita
diretamente e só após a utilização a que prestação de contas começa a ser
realizada.
Ao contrário, nas emendas com carimbo, os municípios
precisam buscar o ministério responsável e liberar os recursos por meio de
convênios, com exigência de documentação compatível e projeto e execução. Esses
repasses são feitos pela Caixa Econômica Federal, que também fiscaliza a
aplicação dos valores durante a execução.
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