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O Grupo de Radioamadores de Catalão (GRC) é um dos mais ativos do Brasil e realizada encontros periódicos - inclusive um no próximo sábado, dia 20 de julho
Fim da taxa de R$ 200 para radioamadorismo beneficia mais de 2 mil goianos
20/07/2019, às 00:04 · Por Eduardo Horacio
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicaram novo regulamento
extinguindo a taxa administrativa de R$ 200,00 para os radioamadores brasileiros,
com validade a partir de outubro de 2019. O fim da taxa é celebrado por
milhares de brasileiros – e cerca de 2 mil goianos.
Em um mundo cada vez mais “antenado” com tecnologias geradas
pela internet, o radioamadorismo ainda sobrevive, em geral como hobby. Para o
leigo, o radioamador é um tipo de equipamento de comunicação que usa um rádio
legalmente homologado para entretenimento ou até prestação de serviço. O termo
“amador” é para diferenciar de operações radiofônicas comerciais.
Mesmo considerado um veículo rudimentar de comunicação,
ainda existe uma legião de fanáticos operadores, inclusive centenas de goianos.
Um dos grupos mais ativos reside em Catalão. Eles inclusive farão seu sexto
encontro hoje, dia 20 de julho de 2019, sábado, na Fazendinha, com programação
começando 8 horas da manhã e terminando meio-dia. O evento é realizado pelo Grupo de
Radioamadores de Catalão (GRC), que conta com mais de 400 membros e tem página no Facebook (clique aqui).
Hobby sério
Para se tornar um radioamador, não é necessário apenas possuir um equipamento
de radiocomunicação, linha de transmissão e antena. Na verdade, é obrigatória a
homologação da Anatel. Desde 2018, equipamentos produzidos de forma eventual ou
artesanal e sem propósito comercial fiquem livres dos requisitos dispostos na
regulamentação específica sobre a certificação e homologação de produtos para
telecomunicações. E, a partir de outubro de 2019, a taxa de R$ 200 anuais não
existirá mais.
A linguagem utilizada pelo radioamadorismo é o “Código Q”, o
mesmo usado pelos policiais. Entretanto, há gírias próprias do radioamadorismo,
que somente os operadores que normalmente ficam “corujando” (na escuta)
conhecem.
Apesar de ter comprovada origem no século 19, o radioamador como
se conhece hoje surgiu no início do século passado. É uma tecnologia de
comunicação que resiste ao tempo, principalmente entre caminhoneiros, e mantém
seu glamour entre os quase dois milhões de radioamadores em todo o planeta –
cerca de 2 mil apenas em Goiás.
Padronização
Em 2018, o governo de Michel Temer (MDB) já havia padronizado as regras com as
normas internacionais com o objetivo de garantir a integralidade e a
interoperabilidade das redes e a operação organizada e harmoniosa entre os
radioamadores nacionais e estrangeiros e entre eles e os demais serviços e
sistemas de radiocomunicação.
Novas faixas foram atribuídas ao serviço pala UIT, planos de
faixas foram alterados e diversos aspectos tecnológicos e operacionais foram
revistos em razão da evolução dos padrões, protocolos, equipamentos e sistemas
de radiocomunicação.
O novo regulamento inovou também ao delegar à área técnica a
expedição de listas e tabelas de modos e de características básicas de emissão,
de limites específicos de potência e dos planos de faixas com aplicação, o que
passará a ser realizado por ato, para atualização dos aspectos técnicos
complementares.
Logo no primeiro artigo, o novo regulamento apontou as
faixas de frequência atribuídas ao Serviço de Radioamador, em caráter primário
e sem exclusividade. São elas: de 1850 kHz a 2000 kHz e de 3800 kHz a 4000 kHz.
Em caráter secundário, o serviço poderá contar também com as faixas de 135,7
kHz a 137,8 kHz, 472 kHz a 479 kHz e 10100 kHz a 10138 kHz, adotando as Notas
Internacionais 5.67A e 5.80A; e, 5351,5 kHz a 5366,5 kHz.
No anexo, o regulamento sobre condições de uso das
frequências pelo radioamador traz a tabela com a denominação das faixas de
radiofrequência e as Classes do Certificado de Operador de Estação de
Radioamador (Coer) autorizadas a operar em cada uma delas. Em seguida, aponta
os limites gerais de potência por Classe do certificado, sendo 1.500 watts, no
máximo.
Pela nova regra em vigor de 2018, o uso de modos de operação, larguras de
faixa, aplicações e outras especificações não previstas no plano de faixas do
serviço dependerão de autorização em caráter excepcional da Anatel, após
apresentação devidamente fundamentada dos objetivos científicos ou
experimentais e período de operação, cujo uso não poderá causar interferência
nas aplicações originalmente previstas na respectiva subfaixa e faixas
adjacentes. A agência poderá solicitar aos interessados fundamentação
específica para autorizar o uso das faixas de radiofrequências acima de 24 GHz.
Como já dito, a Anatel também abriu espaço, em 2018, para
que equipamentos produzidos de forma eventual ou artesanal e sem propósito
comercial fiquem livres dos requisitos dispostos na regulamentação específica
sobre a certificação e homologação de produtos para telecomunicações.
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