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A pergunta é se Gustavo Mendanha estaria usando a estrutura do evento, bancado com recursos da Prefeitura de Aparecida, ao custo de R$ 4,3 milhões, para se promover politicamente
Campanha extemporânea pode derrubar candidatura de Gustavo Mendanha
11/05/2022, às 19:07 · Por Eduardo Horacio
A conduta de Gustavo Mendanha, pré-candidato ao governo pelo
Patriota, durante o evento que comemora os 100 anos de fundação de Aparecida de
Goiânia, pode suscitar questionamentos jurídicos com efeitos de inviabilizar a
sua eventual candidatura majoritária nas eleições de outubro. A avaliação é de
especialistas na área eleitoral ouvidos pelo jornal O Popular, que
viram indícios de promoção pessoal e abuso do poder econômico do pré-candidato.
Os questionamentos sobre se Gustavo Mendanha estaria usando
a estrutura do evento, bancado com recursos da Prefeitura de Aparecida de
Goiânia, ao custo de R$ 4,3 milhões, para se promover politicamente, começaram
logo no segundo dia da festa, em 5 de maio, que teve como atração principal
Xand Avião, contratado por R$ 300 mil. Naquele dia, um artista local, que se
antecipou ao show principal, fez referência a Mendanha, dizendo que iria votar
no pré-candidato e chamando-o de “meu governador”.
“Agradecer também o ex-prefeito Gustavo Mendanha. Não estou
fazendo campanha, viu, gente. Só estou falando que ele é o meu governador. Eu
vou votar no Gustavo Mendanha. Eu, viu?”, afirmou o cantor identificado como
Lorenzo.
No último domingo, 8, Mendanha mais uma vez apareceu no
centro da arena, montado num cavalo e segurando a bandeira de Goiás. O desfile
ocorreu ao fim das apresentações artísticas daquela noite e foi acompanhado
pelo atual prefeito da cidade, Vilmar Mariano (Patriota). Ao final, o
ex-prefeito chegou a correr pela arena segurando a bandeira do Estado.
De acordo com a legislação, o abuso do poder econômico, em
matéria eleitoral, está relacionado ao uso excessivo, antes ou durante a
campanha, de recursos materiais ou humanos que representem valor econômico,
buscando beneficiar candidato, partido ou coligação, afetando, assim, a
normalidade e a legitimidade das eleições.
Para o professor de Direito Eleitoral Alexandre Azevedo,
ouvido pela reportagem de O Popular, a forma como o pré-candidato do Patriota se
apresentou no evento bancado com recursos públicos da própria prefeitura que
ele administrou por cinco anos, sendo ovacionado pelos locutores e
participantes do evento, pode ser considerada propaganda eleitoral extemporânea
e abuso de poder político econômico.
O especialista lembra que a Lei da Ficha Limpa estabeleceu que, para a infração eleitoral ficar comprovada, não será mais considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas a gravidade das circunstâncias que a caracterizam, que deve ser investigada de maneira minuciosa em cada caso concreto.
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