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Padre foi chamado pelo FBI) para ajudar a identificar a ossada de uma mulher encontrada, em 2005, em Boston,
FBI procura padre de Cumari para ajudar a solucionar mistério criminal em Boston, nos EUA
11/05/2022, às 00:11 · Por Redação
Um padre goiano de 37 anos foi chamado para auxiliar, com
dados genéticos dele, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos
(FBI) a identificar a ossada de uma mulher encontrada, em 2005, em Boston,
capital do estado de Massachusetts. Os restos mortais dela estavam escondidos
na chaminé de um prédio. O caso foi revelado pelo programa Fantástico, da Rede
Globo.
Murah Rannier é padre em Cumari, a 200 km de Ipameri, onde
ele nasceu, no sul de Goiás. O religioso contou que parte
de seu DNA foi encontrado na vítima, o que pode indicar um parentesco.
Informações do material genético do religioso estavam cadastradas em um banco
de dados desde outubro de 2019, mês em que ele as disponibilizou os dados em
plataformas que podem indicar parentesco com outras pessoas.
“Ocultação de cadáver”
“O cadáver foi escondido em uma chaminé. Tinha uma parede de
tijolos na frente do corpo dela. A polícia quebrou a parede para poder tirar o
corpo. Então, é assassinato com ocultação de cadáver. A chaminé estava
desativada. Quando foram limpá-la, o braço dela caiu do corpo”, disse Murah. A
mulher teria faixa etária de 25 a 35 anos.
O assassinato, segundo a investigação, teria ocorrido no ano
de 2003, mas foi encontrado somente dois anos depois. “Já tem quase 20 anos, e
o processo está correndo. Eles [policiais] não desistiram de tentar descobrir.
Diferente do Brasil, onde as pessoas morrem, e fica por isso mesmo”, afirmou.
Murah contou que foi procurado pelo FBI, em novembro de
2021. Desde então, testa os parentes, os cadastra em um banco de dados e faz a
comparação para ver a compatibilidade com o DNA da vítima. Ele disse que sempre
teve curiosidade por descobrir quem são seus ancestrais.
“Não foi surpresa”
O contato do FBI com o padre foi realizado por meio do delegado Diogo Ferreira. O investigador recebeu um contato da embaixada norte-americana e conseguiu encontrar um primo do padre que ainda mora no município. “Quando deixei aberto os meus dados [genéticos] para investigações policiais, eu imaginava já que pudesse acontecer. Não foi uma surpresa receber a ligação”, ressaltou.
Murah contou que, depois de fazer teste de DNA em 2019,
baixou os dados e os enviou para plataformas para que pudessem auxiliá-lo a
indicar parentesco com outras pessoas. O religioso disse que fez isso para
buscar informações sobre seus ascendentes. “Tenho feito um levantamento
genealógico”, afirmou.
“Investigar”
“O maior interesse foi a história familiar, por via
documental estava difícil e usei outras formas que a tecnologia fornece. O DNA
ajuda a investigar a genealogia”, ressaltou Murah.
O padre contou que cadastrou seus dados em uma plataforma
chamada “GEDmatch”, que gera códigos com o seu DNA e possibilita que esses
códigos sejam comparados com os de outras pessoas. Segundo o religioso, o site
tem uma parceria com o FBI que, se autorizado pela pessoa que doou o DNA, usa
as amostras para investigações policiais.
Murah cursou Filosofia e Teologia e se tornou padre no dia 8
de março de 2014. Ele contou que já fez cursos extracurriculares sobre bioética
e estudou genética, por integrar o Comitê Goiano em Defesa da Vida.
Fonte: Metrópoles